Foto: Luiz Cau

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Oficina de Escrita Literária para Expressão Pessoal, com Silvério Trevisan

Ministrante: Silvério Trevisan

Quartas-feiras, 7, 14, 21 e 28 de agosto e 4, 11, 18 e 25 de setembro das 19h30 às 21h30

Objetivo da oficina

A escrita literária tem como característica primordial a utilização de todos os recursos da língua para transfigurar o olhar sobre a realidade e incrementar os modos de expressá-la. Cada olhar é único, assim como cada forma expressiva também é. Esses dois fatores resultam de processos psicológicos complexos que envolvem sentimentos, cujo objetivo básico é a expressão pessoal como forma de autoconhecimento e cujo fim último é a comunicação com o mundo exterior. Não é só quem escreve profissionalmente que se beneficia do melhor uso da língua. Também pode tirar bom proveito qualquer pessoa interessada em desvendar sua interioridade e comunicar-se através desses meios expressivos. Ou seja, não haverá excelência na expressão literária se não colocarmos a mão na massa dos nossos sentimentos. Em última análise, significa que a verdade interior é diretamente proporcional à percepção de quem somos. E quem somos? Um caos a ser decifrado, no qual constam certezas e mentiras, encontros e desencontros, encantamentos e contradições. O mistério de cada pessoa vai na contramão daquele ser ideal que ela pretende ser para si mesma e vender para o mundo. Em resumo, não haverá excelência na expressão literária se não trabalharmos com nossa massa interior cheia de lixo e demônios. Vale dizer: a literatura vive da incompletude e imperfeição que nos são imanentes. Portanto, fazer esta oficina implica disposição para EXPRESSAR o seu mistério pessoal.

Ministrante

João Silvério Trevisan exerce atividades profissionais nas mais diferentes áreas artísticas e culturais, da literatura ao cinema, de palestras a oficinas literárias. Estudou na Faculdade Salesiana de Lorena, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e nas Faculdades Associadas do Ipiranga (FAI), obtendo licenciatura em filosofia. Escritor de literatura ficcional, ensaística e infanto-juvenil, tem 13 livros publicados, entre ensaios, romances e contos. Suas mais recentes obras incluem a narrativa autobiográfica MEU IRMÃO, EU MESMO (Ed. Alfaguara, 2023), o romance A IDADE DE OURO DO BRASIL (Ed. Alfaguara, 2019) e a 2ª edição ampliada e atualizada do estudo SEIS BALAS NUM BURACO SÓ, sobre a crise do masculino (Ed. Objetiva, 2021). Sua primeira obra autobiográfica PAI, PAI (Ed. Alfaguara, 2017) foi finalista dos prêmios Jabuti e Oceanos. É reconhecido autor do ensaio multidisciplinar DEVASSOS NO PARAÍSO, história da homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. Publicado originalmente em 1986, sua 4ª edição atualizada e ampliada saiu em 2018 pela Ed. Objetiva. Esse estudo já clássico, que se tornou uma referência nos estudos de gênero no Brasil, é considerado inovador, graças ao amplo espectro de pesquisas nele incluídas, e por sua abordagem histórica que revelou um Brasil até então invisibilizado.

O autor é também conhecido por seus trabalhos como roteirista e diretor de cinema, dramaturgo e jornalista. Dirigiu o longa metragem cult ORGIA OU O HOMEM QUE DEU CRIA (1971), que ficou proibido durante mais de 10 anos pela ditadura militar. Já escreveu para os mais importantes jornais e revistas brasileiras, além de vários veículos midiáticos internacionais. É tradutor do espanhol e inglês, tendo vertido para o português obras de Jorge Luis Borges, Guillermo Cabrera Infante e Melanie Klein, entre outros. Desde 1987, vem coordenando concorridas oficinas de criação literaria, realizadas em diferentes instituições no Brasil e na internet, pelas quais já passaram mais de uma geração de novos escritores. Como palestrante, já se apresentou em todo o Brasil, além de Estados Unidos, Alemanha e Espanha. Foi contemplado com alguns dos principais prêmios artísticos brasileiros, tendo recebido 3 vezes o Prêmio Jabuti, um dos mais reputados prêmios literários do Brasil, assim como 3 vezes o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA), o último deles com seu romance: REI DO CHEIRO (Ed. Record, 2009). Seu conto “Dois corpos que caem” compõe a antologia “Cem Melhores Contos Brasileiros do Século”. Várias de suas peças teatrais foram encenadas em diferentes cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, tendo recebido prêmios nos Festivais de Teatro de João Pessoa e Campina Grande. Foi contemplado com bolsas da FUNARTE (Fundação Nacional de Arte), da  Fundação Vitae (São Paulo) e da Prefeitura da Cidade de Munique (Alemanha). Recebeu mais de uma vez o Prêmio Estímulo, da Prefeitura de São Paulo, para desenvolvimento de roteiros cinematográficos. Em 2001, foi escritor-residente na Universidade do Texas, em Austin, onde deu aulas e ministrou palestras. Sua obra já foi traduzida para o inglês, alemão, espanhol, italiano, polonês e húngaro. Ativista na área de direitos humanos, fundou em 1978 o “Somos”, primeiro Grupo de Liberação Homossexual do Brasil, e foi um dos editores-fundadores do mensário “Lampião da Esquina”, o primeiro jornal voltado para a comunidade LGBTQ+ brasileira, ainda na década de 1970. Viveu em San Francisco/Berkeley (USA), Cidade do México e Munique (Alemanha). Atualmente reside na cidade de São Paulo.

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