Foto: arquivo pessoal

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Oficina Literatura Africana Francófona: Mulheres em foco

Ministrante: Dayane Teixeira

2 a 6 de dezembro, das 15h às 17h

Com os avanços das ações coloniais em África, se fez necessário a criação de um sistema de ensino para promover a causa colonial. A partir daí, foram fundadas as primeiras escolas, neste primeiro momento, voltadas apenas para meninos, filhos de notáveis africanos. No entanto, neste processo de implementação do sistema educativo colonial, o público feminino ficou praticamente esquecido. Por essa razão, a Literatura Africana Francófona foi um domínio essencialmente masculino, até que as mulheres ingressassem na escola.
Foi neste contexto que uma elite intelectual africana surgiu, bem como figuras de grande relevância como Leopold Sédar Senghor, Birago Diop, Ousmane Sembene, Amadou Hampâté Bâ, Bernard Dadié, etc., que junto com outros intelectuais negros da diáspora fundaram o movimento da Négritude e passaram a compor a rede transnacional do Pan-Africanismo.

O processo de escolarização das mulheres, apesar dos anos de atraso, também contribuiu, não só para sua emancipação, mas também para o surgimento de autoras, intelectuais e ativistas como Aoua Keita, Mariama Bâ, Awa Thiam, Aminata Sow, Ken Bugul etc. Desta forma, as mulheres negro-africanas também inauguraram sua presença no circuito literário, administrativo, corporativo e político, trazendo uma escrita narrada em primeira pessoa, como ferramenta de luta para questionar a dupla opressão do patriarcado num contexto colonial, apresentando personagens femininas autênticas, complexas e contrapondo os estereótipos.

Mas, infelizmente, a produção literária africana de expressão francesa, tanto de autoria masculina como a de feminina, é pouco conhecida aqui no Brasil, isso porque, além da escassez de publicações no país, há também a barreira linguística. Pensando nisso, esta palestra fará uma espécie de introdução, servindo como degustação/preparação para o público interessado.

Objetivo

Introduzir a Literatura Africana Francófona a partir da produção literária das escritoras senegalesas Mariama Bâ, Awa Thiam, Aminata Sow Fall e Fatou Diome, e assim, promover essa literatura tão pouco conhecida e publicada no Brasil. 

 Ministrante

Dayane Teixeira é escritora cearense em busca de reconexões com seus laços ancestrais, autora do livro de poesia Corpo-Concha e de textos como Da oralidade africana em “Água Funda”, de Ruth Guimarães; Sobre narrativas e percursos que ligam Mário de Andrade e Aimé Césaire; Feminização da Pobreza no Senegal; La parole aux négresses: A experiência da mulher africana como imigrante narrada por Fatou Diome em O Ventre do Atlântico. Graduada em Letras pela Universidade Paulista, e em Técnico em Museologia pela Escola Técnica Estadual de São Paulo, atua como professora, palestrante e pesquisadora das Literaturas Africanas, Negro-brasileira e Indígena, ministrando cursos, oficinas e palestras sobre estes temas, além de ser idealizadora do projeto @sy_jigeen, página literária e canal de compartilhamento e promoção destas literaturas. Trabalhou mais de 10 anos na área de museus, desenvolvendo trabalhos com pesquisa, catalogação, higienização, organização de acervo, educativo e em eventos culturais, artísticos e literários.

É colunista da Revista Literária Letra Miúda e membro do Coletivo Tradição Viva Amadou Hampâté Bâ, grupo de pesquisadores envolvidos com a pesquisa, ensino e divulgação da oralidade africana, inspiradas pela obra do grande sábio malinês Amadou Hampâté Bâ, em diálogo com as oralidades presentes no Brasil.

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